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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Texto produzido pelas alunas Simone Reis e Sandra Cachoeira

Literatura Infanto-Juvenil
Profª Luciane M. Wagner Raupp


Acadêmicas: Sandra Cachoeira
                                   Simone da S. Reis


“Alice no país das Maravilhas” e “Reinações de Narizinho”: aspectos semelhantes


            Pode-se perceber vários aspectos semelhantes entre o primeiro capítulo de “Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato, e “Alice no país das Maravilhas”, de Lewis Carrol.
            Um desses aspectos é o fato de as personagens Alice, de Lewis Carrol, e Narizinho e Emília, de Lobato, passarem por transformações. As três personagens saem do real e passam para um plano imaginário. Quando passam para esse plano, tudo é diferente, ilógico, há situações absurdas e essas situações fazem com que Alice, Narizinho e Emília mudem. Para Alice, esse plano marca a passagem para a adolescência; para Narizinho há um amadurecimento e com a Emília há a humanização.
            Outro aspecto a considerar é a simbologia. As duas obras usam de animais antropormifizados. Em “Alice”, há o coelho e o rato como principais, e em “Reinações de Narizinho” há animais bem simbólicos como o peixe, a coruja, o morcego, o sapo. Além dos animais, há uma forte simbologia em relação à ingestão de coisas nas duas obras. Em “Alice”, com a ingestão da comida e bebida, e em “Reinações”, com a ingestão da pílula que fez com que Emília falasse. A ingestão, realizada pelas duas personagens, faz com que as duas se modifiquem: Alice muda de tamanho no plano imaginário, já Emília humaniza-se, o que simbolicamente representa a “absorção” que fazemos do exterior. Outro símbolo comum nas duas obras é a água. Esse elemento da natureza surge em “Alice” significando origem, emoção, e na obra de Lobato como um “mergulho ao interior”, a passagem para um plano diferente.
            Vale considerar também como parte comum entre as duas obras a presença da “realeza”. Em “Alice”, há a Rainha de Copas, que corta as cabeças; em “Reinações”, há o príncipe Escamado, que, além de príncipe, é rei.
            Finalizando, em linhas gerais, pode-se dizer que em ambas obras há a presença da ilogicidade versus logicidade, do real versus imaginário, há uma relatividade das coisas do mundo. Há uma passagem do real para o imaginário e após, uma volta ao real, como forma de pontuar as transformações das personagens principais das duas obras: Alice, Narizinho e Emília. Há uma busca intensa de lógica através do ilógico.

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