FACCAT – Faculdades de Taquara
Nome: Liziane Giovana Spohr
Disciplina: Estágio Supervisionado do Ensino Fundamental II
Professora: Daiana Campani de Castilhos
PLANO PARA A AULA 1
Série: 7º ano, 6ª série
Data: 21 de maio de 2010
Carga horária: 4 períodos (das 7h 20min às 11h 20min)
Assunto: Conhecendo Sérgio Porto – Stanislaw Ponte Preta
Objetivos:
· Realizar atividade de socialização, para que os alunos conheçam a professora.
· Conhecer o autor Sérgio Porto, para ampliar os conhecimentos sobre literatura.
· Estudar o texto “História de um nome”, para conhecer um dos textos do autor e aprimorar a interpretação de textos.
· Produzir um texto, para aprimorar o uso da língua nas situações de comunicação.
Metodologia: aula expositiva e dialogada; pesquisa em dicionários, momento de leitura,
Recursos: revistas, cola, tesoura, dicionários, livros para o momento de leitura
Atividade de socialização e motivação:
1. “Identidade: cada um tem a sua”: os alunos deverão fazer uma composição, com recortes de revista colados em uma folha de ofício, em que esteja representada a sua personalidade, seus gostos, hobbies e etc.
2. Apresentação: as identidades serão trocadas entre os alunos da turma e cada um deverá interpretar o que foi representado pelo colega e apresentá-lo.
Atividade de pré-leitura:
1. Existem nomes comuns e nomes diferentes?
2. Você conhece alguém que tenha um nome diferente?
3. Qual a história ou motivo desses nomes diferentes?
Leitura do texto e estudo do vocabulário:
1. Ler o texto com os alunos.
2. Procurar o significado das palavras desconhecidas.
3. Conversar com os alunos sobre os significados dessas palavras no texto.
Atividades de interpretação:
Enumere as frases de acordo com a ordem em que elas aparecem no texto:
1. ( 5 )”... Acreditava, inclusive, que aquilo era castigo de Deus, por causa da idéia do marido de botar aqueles nomes nos garotos...”
2. ( 1 ) “... É verdade que Vovó não tinha nada contra os joões, paulos, mários, odetes e — vá lá — fidélis...”
3. ( 6 ) “... em vez de receber somente o nome suave de Maria, a garotinha foi registrada, no livro da paróquia, após a cerimônia batismal, como Errata Maria da Veiga...”
4. ( 3 ) “...’Seu’ Veiga, amante de boa leitura e cuja cachaça era colecionar livros, embora colecionasse também filhos...”
5. ( 2 ) “... Jamais perdoou a um velho amigo seu — o "Seu" Wagner — porque se casara com uma senhora chamada Emília, muito respeitável...”
6. ( 4 ) “... Tomo era um bom extrema-direita e Prefácio pegou o vício do pai - vivia comprando livros...”
Responda:
1. O texto, na linha 2, fala de um camarada “que tem físico de mastodonte”.
a. O que significa ter físico de mastodonte?
Ter físico de mastodonte significa ser grande, ter um corpo enorme. Mastodonte é um fóssil grande de uma espécie de elefante.
b. Como esse sujeito se chama no texto, segundo o narrador?
Na realidade, segundo o narrador, esse sujeito chama-se “Mimoso”.
c. Explique o motivo de esse nome causar estranheza:
Seria estranho alguém grande ter o nome de Mimoso, pois esse nome é delicado demais para uma pessoa enorme e forte. São opostos. Não combinam.
d. Como esse sujeito poderia se chamar?
Resposta pessoal.
2. A avó paterna do narrador dizia que “Gente honesta, se for homem deve ser José, se for mulher, deve ser Maria!”.
a. Segundo essa afirmação, qual a opinião dela sobre os demais nomes?
Segundo essa afirmação da avó paterna do narrador, percebe-se que ela acha então que quem não se chamar Maria ou José não é honesto.
b. No entanto, na continuação do texto, há a seguinte afirmação “... É verdade que Vovó não tinha nada contra os joões, paulos, mários, odetes e — vá lá — fidélis...”. Explique então qual era a verdadeira implicância dela:
A verdadeira implicância dela é com os nomes inventados. Ela acha que as pessoas devem ter nomes normais.
3. Explique qual é a origem do nome “Wagem” no texto:
O nome Wagem é a junção do “Wag” de Wagner, que era o nome do pai, com “em”, que vem do nome da mãe: Emília.
4. A frase “... deixemos de lado as birras de minha avó — velhinha que Deus tenha, em Sua santa glória...” deixa claro que hoje essa senhora está _________morta_____________________.
5. Explique qual a relação entre o significado dos nomes e a ordem em que nasceram os filhos Prefácio e Epílogo:
Prefácio recebeu esse nome, pois é o primeiro filho do “Seu” Veiga, visto que significa “comentário ou apresentação que antecede e integra um livro”. Já Epílogo recebeu esse nome por ser o último filho do casal (isso, claro, o que eles achavam que seria o último, pois depois dele veio a Errata), e significa a parte final de um livro, a conclusão.
6. No 6º parágrafo, há a descrição de algumas características de alguns filhos do “Seu” Veiga. No quadro abaixo, coloque o nome do filho e a principal característica atribuída a ele:
Nome do filho | Característica |
Capítulo | Sabe confeccionar balões e papagaios como ninguém |
Tomo | Era um ótimo extrema-direita |
Prefácio | Vivia comprando livros |
7. Explique a piada feita pelo pai do narrador “— Vai levar a biblioteca para o banho?”:
O pai do narrador fez essa piada, pois todos os filhos estavam indo para a praia com o pai e, como todos têm nomes relacionados a livros, o conjunto de todos eles seria uma biblioteca.
8. A palavra “queimado”, linha 35, pode ser entendida de 2 maneiras. Identifique quais maneiras são essas:
A palavra “queimado” pode ser entendida de duas maneiras no texto: “Seu” Veiga ficou queimado do sol que pegou na praia; ou “Seu” Veiga ficou queimado de bravo que estava com a piada feita pelo pai do narrador.
9. Qual o motivo do desejo da mãe de chamar sua filha de Maria?
A mãe queria chamar a filha de Maria para que um de seus filhos tivesse um nome comum e não sofresse com as gozações que os outros sofriam. Ela não concordava com a mania do marido.
10. Explique por que a menina recebeu o nome de Errata:
A menina recebeu o nome de Errata, pois “Seu” Veiga não queria mais ter filhos, pois já não havia mais palavras relacionadas aos livros para nomeá-los, visto que “errata” consiste em uma lista de erros e sua correção que se acrescenta ao final de um livro.
11. Qual o sentido da última frase do texto “... Estava cumprida a promessa de Dona Odete, estava de pé a mania de "Seu" Veiga.” Explique como que os dois ficaram satisfeitos:
Os dois ficaram satisfeitos, pois “Seu” Veiga chamou a filha de Errata, que está relacionado aos livros e, assim, manteve sua mania, e Dona Odete cumpriu sua promessa de que, se ainda tivesse uma filha, a chamaria de Maria.
12. Pode-se perceber que o texto é dividido em 2 partes. Uma em que o narrador apenas fala sobre o assunto, apresentando-o e outra em que ele conta uma história.
a. Que parágrafos correspondem à 1ª parte?
A 1ª parte do texto, em que o narrador apenas fala sobre o assunto nomes diferentes, é composta dos parágrafos 1, 2, 3 e 4.
b. Que parágrafos correspondem à 2ª parte?
Os parágrafos 5, 6, 7, 8, 9 e 10 são aqueles em que ele conta a história do “Seu” Veiga.
c. Explique qual a relação entre essas 2 partes do texto:
A relação entre as duas partes é que, na 1ª, o autor, de certa forma, prepara o leitor para contar a história, é como se fosse uma introdução. E, na 2ª parte, ele conta a história.
13. Você gosta do seu nome? Por quê?
Resposta pessoal
Conhecendo o autor:
Ler o texto com informações sobre a vida do autor e conversar sobre o assunto.
Atividades de Produção Textual
Escolha uma das propostas abaixo e escreva um texto de aproximadamente 15 linhas
PROPOSTA 1:
Escreva um pequeno texto em que você conte qual a origem do seu nome.
PROPOSTA 2:
Invente uma história em que o personagem principal tenha um nome bem diferente e conte um episódio em que ele tenha tido algum “problema” devido ao seu nome.
EMEF Machado de Assis – Português – Prof. Liziane Spohr
História de um Nome
No capítulo dos nomes difíceis têm acontecido coisas das mais pitorescas. Ou é um camarada chamado Mimoso, que tem físico de mastodonte, ou é um sujeito fraquinho e insignificante chamado Hércules. Os nomes difíceis, principalmente os nomes tirados de adjetivos condizentes com seus portadores,são raríssimos, e é por isso que minha avó a paterna – dizia:
— Gente honesta, se for homem deve ser José, se for mulher, deve ser Maria!
É verdade que Vovó não tinha nada contra os joões, paulos, mários, odetes e — vá lá — fidélis. A sua implicância era, sobretudo, com nomes inventados, comemorativos de um acontecimento qualquer, como era o caso, muito citado por ela, de uma tal Dona Holofotina, batizada no dia em que inauguraram a luz elétrica na rua em que a família morava.
Acrescente-se também que Vovó não mantinha relações com pessoas de nomes tirados metade da mãe e metade do pai. Jamais perdoou a um velho amigo seu — o "Seu" Wagner — porque se casara com uma senhora chamada Emília, muito respeitável, aliás, mas que tivera o mau-gosto de convencer o marido de batizar o primeiro filho com o nome leguminoso de Wagem — "wag" de Wagner e "em" de Emília. É verdade que a vagem comum, crua ou ensopada, será sempre com "v", enquanto o filho de "Seu" Wagner herdara o "w" do pai. Mas isso não tinha nenhuma importância: a consoante não era um detalhe bastante forte para impedir o risinho gozador de todos aqueles que eram apresentados ao menino Wagem.
É verdade que Vovó não tinha nada contra os joões, paulos, mários, odetes e — vá lá — fidélis. A sua implicância era, sobretudo, com nomes inventados, comemorativos de um acontecimento qualquer, como era o caso, muito citado por ela, de uma tal Dona Holofotina, batizada no dia em que inauguraram a luz elétrica na rua em que a família morava.
Acrescente-se também que Vovó não mantinha relações com pessoas de nomes tirados metade da mãe e metade do pai. Jamais perdoou a um velho amigo seu — o "Seu" Wagner — porque se casara com uma senhora chamada Emília, muito respeitável, aliás, mas que tivera o mau-gosto de convencer o marido de batizar o primeiro filho com o nome leguminoso de Wagem — "wag" de Wagner e "em" de Emília. É verdade que a vagem comum, crua ou ensopada, será sempre com "v", enquanto o filho de "Seu" Wagner herdara o "w" do pai. Mas isso não tinha nenhuma importância: a consoante não era um detalhe bastante forte para impedir o risinho gozador de todos aqueles que eram apresentados ao menino Wagem.
Mas deixemos de lado as birras de minha avó — velhinha que Deus tenha, em Sua santa glória — e passemos ao estranho caso da família Veiga, que morava pertinho de nossa casa, em tempos idos.
"Seu" Veiga, amante de boa leitura e cuja cachaça era colecionar livros, embora colecionasse também filhos, talvez com a mesma paixão, levou sua mania ao extremo de batizar os rebentos com nomes que tivessem relação com livros. Assim, o mais velho chamou-se Prefácio da Veiga; o segundo, Prólogo; o terceiro, Índice e, sucessivamente, foram nascendo o Tomo, o Capítulo e, por fim, Epílogo da Veiga, caçula do casal.
Lembro-me bem dos filhos de "Seu" Veiga, todos excelentes rapazes, principalmente o Capítulo, sujeito prendado na confecção de balões e papagaios. Até hoje (é verdade que não me tenho dedicado muito na busca) não encontrei ninguém que fizesse um papagaio tão bem quanto Capítulo. Nem balões. Tomo era um bom extrema-direita e Prefácio pegou o vício do pai - vivia comprando livros. Era, aliás, o filho querido de "Seu" Veiga, pai extremoso, que não admitia piadas. Não tinha o menor senso de humor. Certa vez ficou mesmo de relações estremecidas com meu pai, por causa de uma brincadeira. "Seu" Veiga ia passando pela nossa porta, levando a família para o banho de mar. Iam todos armados de barracas de praia, toalhas etc. Papai estava na janela e, ao saudá-lo,fez a graça:
— Vai levar a biblioteca para o banho? "Seu" Veiga ficou queimado durante muito tempo.
Dona Odete — por alcunha "A Estante" — mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos homens e não ter uma menina "para me fazer companhia" - como costumava dizer. Acreditava, inclusive, que aquilo era castigo de Deus, por causa da idéia do marido de botar aqueles nomes nos garotos. Por isso, fez uma promessa: se ainda tivesse uma menina, havia de chamá-la Maria.
As esperanças já estavam quase perdidas. Epílogozinho já tinha oito anos, quando a vontade de Dona Odete tornou-se uma bela realidade, pesando cinco quilos e mamando uma enormidade. Os vizinhos comentaram que "Seu" Veiga não gostou, ainda que se conformasse, com a vinda de mais um herdeiro, só porque já lhe faltavam palavras relacionadas a livros para denominar a criança.
Só meses depois, na hora do batizado, o pai foi informado da antiga promessa. Ficou furioso com a mulher, esbravejou, bufou, mas — bom católico — acabou concordando em parte. E assim, em vez de receber somente o nome suave de Maria, a garotinha foi registrada, no livro da paróquia, após a cerimônia batismal, como Errata Maria da Veiga.
Dona Odete — por alcunha "A Estante" — mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos homens e não ter uma menina "para me fazer companhia" - como costumava dizer. Acreditava, inclusive, que aquilo era castigo de Deus, por causa da idéia do marido de botar aqueles nomes nos garotos. Por isso, fez uma promessa: se ainda tivesse uma menina, havia de chamá-la Maria.
As esperanças já estavam quase perdidas. Epílogozinho já tinha oito anos, quando a vontade de Dona Odete tornou-se uma bela realidade, pesando cinco quilos e mamando uma enormidade. Os vizinhos comentaram que "Seu" Veiga não gostou, ainda que se conformasse, com a vinda de mais um herdeiro, só porque já lhe faltavam palavras relacionadas a livros para denominar a criança.
Só meses depois, na hora do batizado, o pai foi informado da antiga promessa. Ficou furioso com a mulher, esbravejou, bufou, mas — bom católico — acabou concordando em parte. E assim, em vez de receber somente o nome suave de Maria, a garotinha foi registrada, no livro da paróquia, após a cerimônia batismal, como Errata Maria da Veiga.
Estava cumprida a promessa de Dona Odete, estava de pé a mania de "Seu" Veiga.
STANISLAW PONTE PRETA
Texto extraído do livro "A Casa Demolida", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963, pág. 175.
STANISLAW PONTE PRETA
Texto extraído do livro "A Casa Demolida", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963, pág. 175.
Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1968) foi um cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro. Era mais conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta. |
Biografia
Sérgio começou sua carreira jornalística no final dos anos 40, atuando em publicações como as revistas Sombra e Manchete e os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca. Nesse mesmo período Tomás Santa Rosa também atuava em vários jornais e boletins como ilustrador. Foi aí que surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e suas crônicas satíricas e críticas, uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa - o primeiro ilustrador do personagem. Também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais, além de compor a música "Samba do Crioulo Doido" para o teatro.
Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Tinha um admirável senso de humor e sua aparência de homem sisudo escondia um intelectual peculiar capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o moralismo social vigente, que fazem parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações.
Sua jornada diária nunca era inferior a 15 horas de trabalho. Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e também para revistas e jornais, além de idealizar seus livros. O excesso de obrigações seria demais para o cardíaco Sérgio Porto, que morreu de infarto aos 45 anos de idade.
Querida professora Luh Raupp;
ResponderExcluirGrande ideia! Parabéns pela iniciativa.Vou aplicá-lo com minhas turmas. Tenho saudades das suas aulas. Beijos.
Elemar Gomes
Oi, Elemar!
ResponderExcluirOs créditos não são meus: são da Liziane e da Daiana! Obrigada por participar! A intenção é usar o blog para isso mesmo: interação, compartilhamento, crescimento...