FACCAT – Faculdades de Taquara
Nome: Liziane Giovana Spohr
Disciplina: Estágio Supervisionado do Ensino Fundamental II
Professora: Daiana Campani de Castilhos
PLANO PARA A AULA 4
Série: 7º ano, 6ª série
Data: 11 de junho de 2010
Carga horária: 4 períodos (das 7h 20min às 11h 20min)
Assunto: texto “O grande mistério” de Sérgio Porto
Objetivos:
· Despertar o sentido do olfato, através da brincadeira “Adivinha que cheiro é esse”, para preparar-se para a leitura do texto.
· Ler o texto “O grande mistério”, de Sérgio Porto, para construir o sentido proposto pelo autor.
· Responder a questões de interpretação do texto “O grande mistério”, para aprimorar a compreensão de textos.
· Produzir um texto para desenvolver a criação literária e melhorar a produção de textos.
Metodologia: brincadeira “Adivinha que cheiro é esse?”; aula expositiva e dialogada; pesquisa em dicionários, produção textual
Recursos: diversos recipientes com diferentes tipos de substâncias, fotocópias do texto e das atividades
Atividade de motivação:
Brincadeira: “Adivinha que cheiro é esse?”
· Levar diversos recipientes com diferentes tipos de substâncias para a sala de aula.
· Escolher alguns alunos para participarem da atividade.
· Vendar os olhos desse aluno.
· Aproximar um dos recipientes ao seu nariz para que cheire.
· O aluno deverá acertar que cheiro é aquele.
· Assim sucessivamente, até que todas as substâncias tenham sido cheiradas e todos os alunos escolhidos tenham participado da brincadeira.
Atividade de pré-leitura:
· Alguém da turma, quando era menor, já aprontou alguma “arte” bem séria, que tenha levado certo tempo para os pais descobrirem?
· Que arte foi esta?
· Como foi descoberta?
· O que aconteceu depois?
Leitura do texto e estudo do vocabulário:
· Ler o texto com os alunos.
· Procurar o significado das palavras desconhecidas.
· Conversar com os alunos sobre os significados dessas palavras no texto.
Atividades de interpretação:
1. Enumere as ações de acordo com a ordem em que elas aparecem no texto:
a. ( 5 ) A mulher, enlouquecida, joga seus perfumes franceses no chão da sala.
b. ( 2 ) O marido ameaça despedir a criadagem.
c. ( 6 ) A família descobre de onde vem o odor.
d. ( 1 ) A família percebe um cheiro estranho na sala.
e. ( 4 ) A copeira e o chofer enceram o chão.
f. ( 3 ) A criadagem conversa, tentando achar uma solução para o caso.
2. Qual foi a primeira suspeita para o odor da sala? Justifique sua resposta com uma frase do texto:
Logo que o cheiro apareceu, pensaram que ele vinha de um sufflé de camarão que eles teriam para o jantar.
3. Complete os quadros abaixo com as tentativas dos personagens para acabar com o mau cheiro:
Os patrões chamaram a arrumadeira às falas |
Os empregados passaram cera e enceraram o chão |
A patroa jogou perfume francês no tapete |
4. Explique o sentido da seguinte frase no texto (linha 22): “... mas ver, somente, porque o cheiro era de morte...”
Essa frase quer dizer que a sala estava linda, limpa, com um aspecto muito agradável aos olhos, porém estava cheirando mal. Ou seja, agradava aos olhos, mas não agradava ao nariz.
5. Explique o porquê da afirmação da copeira de que a patroa tenha apelado para a ignorância (linha 38):
No entendimento da copeira, a patroa apelou para ignorância, pois, segundo ela, seria demais jogar perfumes franceses no tapete da sala, tendo em vista o preço que eles custam.
6. Pelo sentido do texto, é possível perceber o que sejam “Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet” (linha 41)? O que você acredita que sejam?
É possível compreender pelo próprio texto o que significam essas palavras: são marcas de perfumes importados e caríssimos.
7. Explique o que se pode perceber sobre o comportamento da patroa a partir da expressão “contrariando seus hábitos” (linha 34):
Sobre o comportamento da patroa, essa expressão indica que ela não estava acostumada a ter atitudes como essa. Conforme segue o texto, “contrariando seus hábitos, tomou uma atitude”. Essa afirmação dá a entender que ela jamais toma atitude alguma, é mesmo uma “madame”.
8. De quem era a “culpa” pelo mau cheiro? Por que ela confessou?
A culpa pelo mau cheiro era da filhinha do casal, Giselinha, que tem 3 anos. Ela confessou após o pai pressioná-la.
9. Explique o sentido da frase dentro do texto “não fazer mais na jarra, é lógico” (linha 55):
Essa frase significa que a garotinha prometeu não fazer mais na jarra, mas aquilo que ela fez, inevitavelmente, terá de continuar fazendo.
10. Qual a relação que existe entre o título e a história do texto?
A relação que existe entre o título e a história é que o mau cheiro que as personagens sentiam era um “grande mistério”, visto que nenhum deles sabia dizer de onde vinha o cheiro.
Propostas de Produção textual:
Proposta 1:
Crie um final diferente para essa história, em que as personagens descubram que o cheiro venha de outro lugar.
Proposta 2:
Conte uma “arte” que você tenha aprontado quando criança, ou invente uma história em que uma criança aprontou alguma para a família.
EMEF Machado de Assis – Português – Prof. Liziane Spohr
O Grande Mistério
Stanislaw Ponte Preta(Sérgio Porto)
Há dias já que buscavam uma explicação para os odores esquisitos que vinham da sala de visitas. Primeiro houve um erro de interpretação: o quase imperceptível cheiro foi tomado como sendo de camarão. No dia em que as pessoas da casa notaram que a sala fedia, havia um soufflé de camarão para o jantar. Daí...
Mas comeu-se o camarão, que inclusive foi elogiado pelas visitas, jogaram as sobras na lata do lixo e — coisa estranha — no dia seguinte a sala cheirava pior.
Talvez alguém não gostasse de camarão e, por cerimônia, embora isso não se use, jogasse a sua porção debaixo da mesa. Ventilada a hipótese, os empregados espiaram e encontraram apenas um pedaço de pão e uma boneca de perna quebrada, que Giselinha esquecera ali. E como ambos os achados eram inodoros, o mistério persistiu.
Os patrões chamaram a arrumadeira às falas. Que era um absurdo, que não podia continuar, que isso, que aquilo. Tachada de desleixada, a arrumadeira caprichou na limpeza. Varreu tudo, espanou, esfregou e... nada. Vinte e quatro horas depois, a coisa continuava. Se modificação houvera,fora para um cheiro mais ativo.
À noite, quando o dono da casa chegou, passou uma espinafração geral e, vítima da leitura dos jornais, que folheara no lotação, chegou até a citar a Constituição na defesa de seus interesses.
— Se eu pago empregadas para lavar, passar, limpar, cozinhar, arrumar e ama-secar, tenho o direito de exigir alguma coisa. Não pretendo que a sala de visitas seja um jasmineiro, mas feder também não. Ou sai o cheiro ou saem os empregados.
— Se eu pago empregadas para lavar, passar, limpar, cozinhar, arrumar e ama-secar, tenho o direito de exigir alguma coisa. Não pretendo que a sala de visitas seja um jasmineiro, mas feder também não. Ou sai o cheiro ou saem os empregados.
Reunida na cozinha, a criadagem confabulava. Os debates eram apaixonados, mas num ponto todos concordavam: ninguém tinha culpa. A sala estava um brinco; dava até gosto ver. Mas ver, somente, porque o cheiro era de morte.
Então alguém propôs encerar. Quem sabe uma passada de cera no assoalho não iria melhorar a situação?
-- Isso mesmo — aprovou a maioria, satisfeita por ter encontrado uma fórmula capaz de combater o mal que ameaçava seu salário.
Pela manhã, ainda ninguém se levantara, e já a copeira e o chofer enceravam sofregamente, a quatro mãos. Quando os patrões desceram para o café, o assoalho brilhava. O cheiro da cera predominava, mas o misterioso odor, que há dias intrigava a todos, persistia, a uma respirada mais forte.
Apenas uma questão de tempo. Com o passar das horas, o cheiro da cera — como era normal — diminuía, enquanto o outro, o misterioso — estranhamente, aumentava. Pouco a pouco reinaria novamente, para desespero geral de empregados e empregadores.
A patroa, enfim, contrariando os seus hábitos, tomou uma atitude: desceu do alto do seu grã-finismo com as armas de que dispunha, e com tal espírito de sacrifício que resolveu gastar os seus perfumes. Quando ela anunciou que derramaria perfume francês no tapete, a arrumadeira comentou com a copeira:
Apenas uma questão de tempo. Com o passar das horas, o cheiro da cera — como era normal — diminuía, enquanto o outro, o misterioso — estranhamente, aumentava. Pouco a pouco reinaria novamente, para desespero geral de empregados e empregadores.
A patroa, enfim, contrariando os seus hábitos, tomou uma atitude: desceu do alto do seu grã-finismo com as armas de que dispunha, e com tal espírito de sacrifício que resolveu gastar os seus perfumes. Quando ela anunciou que derramaria perfume francês no tapete, a arrumadeira comentou com a copeira:
— Madame apelou para a ignorância.
E salpicada que foi, a sala recendeu.A sorte estava lançada. Madame esbanjou suas essências com uma altivez digna de uma rainha a caminho do cadafalso. Seria o prestigio e a experiência de Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet e outros menores, contra a ignóbil catinga.
Na hora do jantar a alegria era geral. Não restavam dúvidas de que o cheiro enjoativo daquele coquetel de perfumes era impróprio para uma sala de visitas, mas ninguém poderia deixar de concordar que aquele era preferível ao outro, finalmente vencido.
Na hora do jantar a alegria era geral. Não restavam dúvidas de que o cheiro enjoativo daquele coquetel de perfumes era impróprio para uma sala de visitas, mas ninguém poderia deixar de concordar que aquele era preferível ao outro, finalmente vencido.
Mas eis que o patrão, a horas mortas, acordou com sede. Levantou-se cauteloso, para não acordar ninguém, e desceu as escadas, rumo à geladeira. Ia ainda a meio caminho quando sentiu que o exército de perfumistas franceses fora derrotado. O barulho que fez daria para acordar um quarteirão,quanto mais os da casa, os pobres moradores daquela casa, despertados violentamente , e que não precisavam perguntar nada para perceberem o que se passava. Bastou respirar.
Hoje pela manhã, finalmente, após buscas desesperadas, uma das empregadas localizou o cheiro. Estava dentro de uma jarra, uma bela jarra, orgulho da família, pois tratava-se de peça raríssima,da dinastia Ming.
Hoje pela manhã, finalmente, após buscas desesperadas, uma das empregadas localizou o cheiro. Estava dentro de uma jarra, uma bela jarra, orgulho da família, pois tratava-se de peça raríssima,da dinastia Ming.
Apertada pelo interrogatório paterno Giselinha confessou-se culpada e, na inocência dos seus 3anos, prometeu não fazer mais.
Não fazer mais na jarra, é lógico.
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