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Informação, interação e diálogo: são esses os motivos da criação deste blog. Aqui, os alunos de Letras da Faccat ficam informados dos últimos acontecimentos do curso: é um espaço para ver e ser visto!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Socializando planos de aula II

Segue mais um plano orientado pela prof. Daiana, também de autoria da aluna Liziane Spohr

FACCAT – Faculdades de Taquara
Nome: Liziane Giovana Spohr
Disciplina: Estágio Supervisionado do Ensino Fundamental II
Professora: Daiana Campani  de Castilhos

PLANO PARA A AULA 4
Série: 7º ano, 6ª série
Data: 11 de junho de 2010
Carga horária: 4 períodos (das 7h 20min às 11h 20min)
Assunto: texto “O grande mistério” de Sérgio Porto
Objetivos:
·        Despertar o sentido do olfato, através da brincadeira “Adivinha que cheiro é esse”, para preparar-se para a leitura do texto.
·        Ler o texto “O grande mistério”, de Sérgio Porto, para construir o sentido proposto pelo autor.
·        Responder a questões de interpretação do texto “O grande mistério”, para aprimorar a compreensão de textos.
·        Produzir um texto para desenvolver a criação literária e melhorar a produção de textos.
Metodologia: brincadeira “Adivinha que cheiro é esse?”; aula expositiva e dialogada; pesquisa em dicionários, produção textual
Recursos: diversos recipientes com diferentes tipos de substâncias, fotocópias do texto e das atividades

Atividade de motivação:
Brincadeira: “Adivinha que cheiro é esse?”
·        Levar diversos recipientes com diferentes tipos de substâncias para a sala de aula.
·        Escolher alguns alunos para participarem da atividade.
·        Vendar os olhos desse aluno.
·        Aproximar um dos recipientes ao seu nariz para que cheire.
·        O aluno deverá acertar que cheiro é aquele.
·        Assim sucessivamente, até que todas as substâncias tenham sido cheiradas e todos os alunos escolhidos tenham participado da brincadeira.

Atividade de pré-leitura:
·        Alguém da turma, quando era menor, já aprontou alguma “arte” bem séria, que tenha levado certo tempo para os pais descobrirem?
·        Que arte foi esta?
·        Como foi descoberta?
·        O que aconteceu depois?

Leitura do texto e estudo do vocabulário:
·        Ler o texto com os alunos.
·        Procurar o significado das palavras desconhecidas.
·        Conversar com os alunos sobre os significados dessas palavras no texto.

Atividades de interpretação:       
1.    Enumere as ações de acordo com a ordem em que elas aparecem no texto:
a.    (   5    ) A mulher, enlouquecida, joga seus perfumes franceses no chão da sala.
b.    (   2    ) O marido ameaça despedir a criadagem.
c.    (   6    ) A família descobre de onde vem o odor.
d.    (    1   ) A família percebe um cheiro estranho na sala.
e.    (   4    ) A copeira e o chofer enceram o chão.
f.     (   3    ) A criadagem conversa, tentando achar uma solução para o caso.

2.    Qual foi a primeira suspeita para o odor da sala? Justifique sua resposta com uma frase do texto:
 Logo que o cheiro apareceu, pensaram que ele vinha de um sufflé de camarão que eles teriam para o jantar.

3.      Complete os quadros abaixo com as tentativas dos personagens para acabar com o mau cheiro:
Os patrões chamaram a arrumadeira às falas
Os empregados passaram cera e enceraram o chão
A patroa jogou perfume francês no tapete


4.    Explique o sentido da seguinte frase no texto (linha 22): “... mas ver, somente, porque o cheiro era de morte...”
Essa frase quer dizer que a sala estava linda, limpa, com um aspecto muito agradável aos olhos, porém estava cheirando mal. Ou seja, agradava aos olhos, mas não agradava ao nariz.

5.   Explique o porquê da afirmação da copeira de que a patroa tenha apelado para a ignorância (linha 38):
 No entendimento da copeira, a patroa apelou para ignorância, pois, segundo ela, seria demais jogar perfumes franceses no tapete da sala, tendo em vista o preço que eles custam.

6. Pelo sentido do texto, é possível perceber o que sejam “Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet” (linha 41)? O que você acredita que sejam?
É possível compreender pelo próprio texto o que significam essas palavras: são marcas de perfumes importados e caríssimos.

7.    Explique o que se pode perceber sobre o comportamento da patroa a partir da expressão “contrariando seus hábitos” (linha 34):
Sobre o comportamento da patroa, essa expressão indica que ela não estava acostumada a ter atitudes como essa. Conforme segue o texto, “contrariando seus hábitos, tomou uma atitude”. Essa afirmação dá a entender que ela jamais toma atitude alguma, é mesmo uma “madame”.
8.    De quem era a “culpa” pelo mau cheiro? Por que ela confessou?
 A culpa pelo mau cheiro era da filhinha do casal, Giselinha, que tem 3 anos. Ela confessou após o pai pressioná-la.

9.    Explique o sentido da frase dentro do texto “não fazer mais na jarra, é lógico” (linha 55):
 Essa frase significa que a garotinha prometeu não fazer mais na jarra, mas aquilo que ela fez, inevitavelmente, terá de continuar fazendo.

10. Qual a relação que existe entre o título e a história do texto?
A relação que existe entre o título e a história é que o mau cheiro que as personagens sentiam era um “grande mistério”, visto que nenhum deles sabia dizer de onde vinha o cheiro.


Propostas de Produção textual:

Proposta 1: 
Crie um final diferente para essa história, em que as personagens descubram que o cheiro venha de outro lugar.
  
Proposta 2: 
Conte uma “arte” que você tenha aprontado quando criança, ou invente uma história em que uma criança aprontou alguma para a família.

EMEF Machado de Assis – Português – Prof. Liziane Spohr
O Grande Mistério
Stanislaw Ponte Preta(Sérgio Porto)

         Há dias já que buscavam uma explicação para os odores esquisitos que vinham da sala de visitas. Primeiro houve um erro de interpretação: o quase imperceptível cheiro foi tomado como sendo de camarão. No dia em que as pessoas da casa notaram que a sala fedia, havia um soufflé de camarão para o jantar. Daí...
         Mas comeu-se o camarão, que inclusive foi elogiado pelas visitas, jogaram as sobras na lata do lixo e — coisa estranha — no dia seguinte a sala cheirava pior.
Talvez alguém não gostasse de camarão e, por cerimônia, embora isso não se use, jogasse a sua porção debaixo da mesa. Ventilada a hipótese, os empregados espiaram e encontraram apenas um pedaço de pão e uma boneca de perna quebrada, que Giselinha esquecera ali. E como ambos os achados eram inodoros, o mistério persistiu.
Os patrões chamaram a arrumadeira às falas. Que era um absurdo, que não podia continuar, que isso, que aquilo. Tachada de desleixada, a arrumadeira caprichou na limpeza. Varreu tudo, espanou, esfregou e... nada. Vinte e quatro horas depois, a coisa continuava. Se modificação houvera,fora para um cheiro mais ativo.
À noite, quando o dono da casa chegou, passou uma espinafração geral e, vítima da leitura dos jornais, que folheara no lotação, chegou até a citar a Constituição na defesa de seus interesses.
         — Se eu pago empregadas para lavar, passar, limpar, cozinhar, arrumar e ama-secar, tenho o direito de exigir alguma coisa. Não pretendo que a sala de visitas seja um jasmineiro, mas feder também não. Ou sai o cheiro ou saem os empregados.
         Reunida na cozinha, a criadagem confabulava. Os debates eram apaixonados, mas num ponto todos concordavam: ninguém tinha culpa. A sala estava um brinco; dava até gosto ver. Mas ver, somente, porque o cheiro era de morte.
Então alguém propôs encerar. Quem sabe uma passada de cera no assoalho não iria melhorar a situação?
--  Isso mesmo — aprovou a maioria, satisfeita por ter encontrado uma fórmula capaz de combater o mal que ameaçava seu salário.
Pela manhã, ainda ninguém se levantara, e já a copeira e o chofer enceravam sofregamente, a quatro mãos. Quando os patrões desceram para o café, o assoalho brilhava. O cheiro da cera predominava, mas o misterioso odor, que há dias intrigava a todos, persistia, a uma respirada mais forte.
         Apenas uma questão de tempo. Com o passar das horas, o cheiro da cera — como era normal — diminuía, enquanto o outro, o misterioso — estranhamente, aumentava. Pouco a pouco reinaria novamente, para desespero geral de empregados e empregadores.
A patroa, enfim, contrariando os seus hábitos, tomou uma atitude: desceu do alto do seu grã-finismo com as armas de que dispunha, e com tal espírito de sacrifício que resolveu gastar os seus perfumes. Quando ela anunciou que derramaria perfume francês no tapete, a arrumadeira comentou com a copeira:
— Madame apelou para a ignorância.
E salpicada que foi, a sala recendeu.A sorte estava lançada. Madame esbanjou suas essências com uma altivez digna de uma rainha a caminho do cadafalso. Seria o prestigio e a experiência de Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet e outros menores, contra a ignóbil catinga.
         Na hora do jantar a alegria era geral. Não restavam dúvidas de que o cheiro enjoativo daquele coquetel de perfumes era impróprio para uma sala de visitas, mas ninguém poderia deixar de concordar que aquele era preferível ao outro, finalmente vencido.
Mas eis que o patrão, a horas mortas, acordou com sede. Levantou-se cauteloso, para não acordar ninguém, e desceu as escadas, rumo à geladeira. Ia ainda a meio caminho quando sentiu que o exército de perfumistas franceses fora derrotado. O barulho que fez daria para acordar um quarteirão,quanto mais os da casa, os pobres moradores daquela casa, despertados violentamente , e que não precisavam perguntar nada para perceberem o que se passava. Bastou respirar.
         Hoje pela manhã, finalmente, após buscas desesperadas, uma das empregadas localizou o cheiro. Estava dentro de uma jarra, uma bela jarra, orgulho da família, pois tratava-se de peça raríssima,da dinastia Ming.
Apertada pelo interrogatório paterno Giselinha confessou-se culpada e, na inocência dos seus 3anos, prometeu não fazer mais.
Não fazer mais na jarra, é lógico.

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