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quarta-feira, 4 de julho de 2012

(Re)visitando Maria Moura - parte II - Texto da acadêmica Juliana Voltz


     Depois, muito depois, eu soube de tudo. Foi como sempre fora.Moura saiu com Duarte e dois cabras para uma nova sortida ainda no escuro. Ela já sabia o que queria: iria para a Estrada Real ficar na espreita dos próximos viajantes.
    Os dias iam passando, o grupo já estava cansado quando, ao longe, viram uma nuvem de poeira. Prepararam-se para atacar os viajantes.
    Moura não se mostrava no inicio dos entreveros, deixava os cabras agirem e só depois dava as caras.
    O bando de Moura já havia dominado os viajantes quando ela se mostrou. Foi a primeira vez que a vi. Espiei-a lá de dentro do carroção de meu pai, que estava sendo assaltado.
   Nosso grupo estava se dirigindo à Cipó Vermelho, pois a igreja já estava pronta. Para
a inauguração, iriam me casar com um grande fazendeiro.
    Meus pais eram fazendeiros falidos, e me entregaram ao noivo em troca de uma
dívida antiga.
    Eu não queria me casar, pois acreditava que encontraria um grande amor. Estava
pronta pra cerimônia, mas não queria o casamento de forma alguma, vinha amarrada.
    Ao me ver amarrada, Moura quis saber de que se tratava. Contei a ela minha
história, e Moura me convidou para seguir com ela.
    Moura e os cabras levaram da sortida ouro, prata e eu.
    Ao chegarmos à fortaleza, na Serra dos Padres, Rubina ficou espantada ao vê-los
com uma noiva. Moura acalma os ânimos de todos contando minha história.
     Eu e Moura, com o tempo, nos tornamos grandes amigas. Quando Moura saía com os cabras para
alguma sortida, eu ajudava Marialva com Xandó e Rubina com os afazeres da casa grande.
    Quando Moura voltava, me contava como fora o entrevero, falava de sua atração por
Duarte e também de seu desejo secreto pelo Beato Romano.
    Eu encontrei o amor que tanto acreditava nos braços de Zé Soldado, e com ele achei também coragem para sair no bando de Moura para um entrevero.

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